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ABORDAGEM NEOCLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

A Teoria Neoclássica da Administração surge a partir da década de 1950 como um movimento de retomada e atualização prática dos pilares da Administração Clássica (Fayol e Taylor), em diálogo com as contribuições mais recentes à época, como as abordagens de Relações Humanas e Sociotécnica.

Em um contexto de pós‑guerra, crescimento acelerado das grandes corporações e necessidade de gestão orientada a resultados, a visão neoclássica ganhou força por sua proposta pragmática: organizar, dirigir e controlar organizações de forma objetiva, mensurável e voltada à eficácia.

O termo Teoria Neoclássica é, na verdade, um tanto quanto exagerado. Os autores como Peter Drucker, Harold Koontz, Cyril O’Donnell, Ernest Dale, além de William Newman e Charles Summer, são frequentemente associados a esse movimento. Embora não constituam uma “escola” rigidamente unificada, compartilham uma orientação comum: traduzir a gestão em processos, princípios, técnicas e responsabilidades claramente definidos, aplicáveis a diferentes tipos de organizações.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DA TEORIA NEOCLÁSSICA

As principais características básicas da Teoria Neoclássica são as seguintes:

  1. Ênfase na prática da administração – os autores neoclássicos procuram desenvolver os conceitos de forma prática e utilizável, visando principalmente à ação administrativa. A teoria somente tem valor quando operacionalizada na prática, enfatizando os aspectos instrumentais da Administração.
  2. Reafirmação dos postulados clássicos  – a estrutura de organização do tipo linear, funcional e linha-staff, as relações de linha e assessoria, o problema da autoridade e responsabilidade, a departamentalização, e todos os conceitos clássicos são realinhados dentro da nova abordagem neoclássica.
  3. Ênfase nos princípios gerais de administração – os neoclássicos preocupam-se em estabelecer normas de comportamentos administrativo. Os princípios da Administração que os clássicos utilizavam com “leis” científicas são retomadas pelos neoclássicos como critérios mais ou menos elásticos para a busca de soluções administrativas práticas.
  4. Ênfase nos objetivos e nos resultados – toda organização existe não para si mesma, mas para alcançar objetivos e produzir resultados. É em função dos objetivos e resultados que a organização deve ser dimensionada, estruturada e orientada.
  5. O Ecletismo da Teoria Neoclássica – embora se baseiam profundamente na Teoria Clássica, os autores neoclássicos são amplamente ecléticos, absorvendo conteúdo de quase todas as outras teorias administrativas.

PRÍNCIPIOS BÁSICOS DA ORGANIZAÇÃO

Os autores neoclássicos dão algumas pinceladas adicionais no conceito de organização formal. Sob este ponto de vista, a organização consiste em um conjunto de posições funcionais e hierárquicas, conjunto este orientado para o objetivo econômico de produzir bens ou serviços.

1. FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR

A Teoria Neoclássica é também denominada escola operacional devido à ênfase nas funções do administrador, isto é, no processo administrativo.

Basicamente, a escola operacional visualiza a administração como a aplicação de princípios e de funções para alcançar objetivos. Essa abordagem é sistematicamente defendida por todos autores neoclássicos: cada uma das funções deve atender a determinados princípios de aplicação e utilização.

Para a Teoria Neoclássica, as funções do administrador correspondem aos elementos da Administração que Fayol definiu no seu tempo, mas com uma roupagem atualizada.

O processo administrativo segundo cada autor neoclássico:

  1. Fayol – prever,organizar,comandar,coordenar,controlar;
  2. Urwick – amplitude administrativa,definição,autoridade,especialização;
  3. Gulick – planejamento, organização, administração de pessoal, direção ou comando, coordenação, informação, orçamento;
  4. Koontz – planejamento, organização, designação de pessoal, direção, controle;
  5. Newman – planejamento,organização,liderança, controle;
  6. Dale – planejamento, organização, direção, controle.

De um modo geral,aceita-se hoje o planejamento,organização,direção e controle como as funções básicas do Administrador. O desempenho dessas quatro funções básicas constitui o chamado processo administrativo.

Processo é qualquer fenômeno que apresente mudança contínua no tempo ou qualquer operação ou trabalho contínuo. O conceito de processo implica que os acontecimentos e as relações seja, dinâmicos, em evolução, sempre em mudança, contínuos. O processo não é algo parado ou estático. Pelo contrário: é móvel, não tem um começo, nem fim,nem sequência fixa de elementos. Os elementos do processo agem uns sobre os outros; cada qual afeta todos os demais. As várias funções do administrador formam o processo administrativo. Planejamento, organização,direção e controle, por exemplo, considerados separedamente, constituem as funções administrativas, vejamos:

1. PLANEJAMENTO: Decisão sobre os objetivos, Definição de planos para alcançá-los,Programação de atividades;

2. ORGANIZAÇÃO: Recursos e atividades para atingir os objetivos: órgão e cargos,Atribuição de autoridade e Responsabilidade;

3. DIREÇÃO: Preenchimento dos cargos, comunicação,liderança, e motivação do pessoal, Direção para os objetivos;

4. CONTROLE: Definição de padrões para medir desempenho,corrigir desvios ou divergências e garantir que o planejamento seja realizado.

2. ADMINISTRAÇÃO POR OBJETIVOS (APO)

Fonte: Administración por Objetivos (APO): Un Marco para la Gestión Estratégica | Esquemas y mapas conceptuales de Administración de Empresas | Docsity ( acesso em dezembro 2025)

A Administração por Objetivos ou administração por resultados, constitui um modelo administrativo bastante difundido e plenamente identificado com espírito pragmático e democrático da Teoria Neoclássica. Seu aparecimento data de 1954, Peter F. Drucker publicou o livro The Pratice of Management (Prática da administração nas Empresas), no qual caracterizou pela primeira vez a Administração por objetivos, sendo considerado o criador da APO. Drucker nasceu na Áustria, em 1909. Embora ele tenha uma forte contribuição para a Administração, ele era formado em Direito. Um dos seus grandes méritos foi incentivar o planejamento nas organizações para reduzir as incertezas.

APO surgiu, quando a empresa privada norte-americana estava sofrendo pressões acentuadas, como método de avaliação e controle sobre o desempenho de áreas e organizações em crescimento rápido. Inicialmente constitui-se um critério financeiro de avaliação e controle. Como critério financeiro foi válido, mas na abordagem global da empresa resultou em uma deformação profissional, pois os critérios de lucro ou de custo não são suficientes para explicar a organização social e humana.

APO é uma técnica de direção de esforços por meio do planejamento e controle administrativo, fundamentada no príncipio de que, para atingir resultados, a organização precisa antes definir em que negócio está atuando e aonde pretende chegar.

Fonte: Processo Administrativo║O que é?║Conceitos e Aplicação nos vários níveis da empresa – YouTube – acesso em dezembro 2025.

3. Objetivo da Administração

Prporcionar eficiência e eficácia às empresas. A eficiência refere-se aos meios:métodos, processos, regras e regulamentos sobre como as coisas devem ser feitas na empresa, a fim de que os recursod sejam adquedamente utilizados. A eficácia refere-se aos fins: objetivos e resultados a serem alcançados pela empresa.

Fonte: A teoria da administração por objetivos – Portal (ibccoaching.com.br) – acesso em dezembro 2025.
EFICIÊNCIA:
*Preocupação com os meios;
* Capacidade de fazer certo as coisas;
* Peocupação com os métodos, processos, regras e regulamentos;
* Preocupação com os problemas;
* jogar um belíssimo futebol;
* Escolher o melhor roteiro;
* Não faltar às aulas;
* Rezar.
EFICÁCIA:
* Preocupação com os fins;
*Capacidade de fazer a coisas certa;
* Preocupação com os resultados, metas, objetivos e fins;
* Preocupação com as soluções;
* Marcar um gol e ganhar a partida;
* Chegar ao destino de viagem;
* chegar ao céu.

Qual o ideal?

!. Tanto a eficência como as eficácias são importantes.

2. De nada vale a eficência (fazer bem) se a eficácia (alcançar os objetivos e obter resultados) não for alcançada.

4. Críticas a abordagem neoclássica

APO teve um período de apogeu e acabou caindo no descrétido devido a três exageros:

  1. Excesso de regulamentos e de papelório. A APO tornou-se muito burocratizada nas grandes organizações.
  2. Autocracia e imposição. A APO tornou-se o sinõnimo de chefes autocratas e que impõem objetivos organizacionais exagerados aos subordinados.
  3. Motivação negativa. Os objetivos exagerados impostos autocraticamente acabam por gerar tensões e angústias nos subordinados, ao invés de motivá-los para o alcance de metas e resultados.

Por fim, rebatendo as críticas quanto á sua má utilização, alguns autores defendem que os padrões de supervisão, quando desenvolvidos por meio da APO, são sempre melhores. A abordagem da APO oferece aos subordinados um trabalho com limites claramente definidos, que podem ser aplicados de acordo com o desempenho e a confiabilidade. Em boas mãos e dependendo do tipo de organização, a APO pode levar a empresa a uma eficácia sem precedentes.

Referências Bibliográficas: 

Mª Neide Silva – Teoria Geral da Administração 1 – Universidade Unieuro – Brasília DF – 2013

 Chiavenato, Idalberto – Introdução a Teoria Geral da Administração – Editora: Manole, 9ª edição, 2015

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